“Estamos diante de coisas aparentemente novas, mas que já vêm sendo tratadas há décadas, e que abrem novas possibilidades para a busca de uma vida de qualidade. Coisas como essa alimentam a minha vontade de crescer e de fazer crescer”. (Clodoaldo Pacheco).
A biografia humana se fundamenta em ciclos de sete anos na vida da pessoa. O primeiro se inicia com o nascimento e vai até o sétimo ano de vida. Cada ciclo tem características únicas que determinam ou evidenciam sentimentos e realidades na vida do homem. O último ciclo referido é o nono, aos sessenta anos, quando passamos a ter mais liberdade para ser e fazer.
Encontrar-se no tempo, vê-lo passar no lento vórtice dos ponteiros do relógio sem perguntar-se o que isto pode representar para nós. Quantas vezes em nossa existência terrena não nos percebemos do tempo que passa veloz, ou então ao contrário, utilizamos cada fonte de energia para procurar dete-lo, de parar seu curso. Inutilmente queremos vencê-lo, sem a consciência que nele vivemos e viajamos em direção a aquilo que nós mesmos escrevemos para nós.
É ele o tempo que nos conduz ao longo do caminho, nos leva diante ao dilema da escolha, ao confronto com nós mesmos, com o que desejamos e queremos, e é muito difícil intuir o intimo objetivo deste tic-tac. A sua essência se esconde atrás da aparência do minuto, da hora, do dia, do ano.
O seu fluir nos permite esclarecer a teia da nossa vida, de desfrutar das suas dificuldades, de encontrar os nós e de desatar nossas amarras a fim de que nos permita mais liberdade. A nossa biografia voa ligeira sobre a procura do ser que a acolhe com sabedoria.
Somos filhos do mundo, vivemos em seu ventre pôr cerca de 60 anos como se vive no ventre materno pôr 9 meses.
Conclui-se o período de gestação terrena e agora nascemos aos olhos do universo. A terra se fez mãe, nos nutriu com amor, alegria, nos deu dificuldades para fazer-nos maduros diante a nova experiência terrena. Deixa-nos, nos dá a luz para a vida nova, e essa mesma grita de sofrimento e alegria durante este parto como faz a mãe no último instante de gestação – expulsão. Isso que acontece no pequeno se realiza no grande: a uma gestação individual corresponde uma gestação terrena e depois uma gestação cósmica.
Nossa vida é uma contínua gestação, há sempre uma mãe e um pai que nos atendem, que nos nutrem que nos deixam livres de fazer as próprias experiências.