27/10/2015 atualizado às 18:30

QUESTÕES ÉTICAS DA MICROSIMEÓTICA IRIDEA!!

APRESENTAÇÃO
O momento atual da história é marcado por extraordinárias descobertas
científicas, principalmente no contexto da saúde e da vida. Esta realidade vivida por
estas gerações de mudanças no âmbito “viver” transforma-se em verdadeiras lutas
travadas com nossas certezas éticas, filosóficas, morais etc. Este ritmo se torna
cada vez mais acelerado à medida que pesquisas científicas buscam quebrar certos
dogmas que até então eram intocáveis, isto faz crescer em nós a inquietude e
angústia na busca por segurança de verdade vital. É verdade que ainda lutamos por
coisas básicas em termos de vida saudável em nossas terras. A exclusão e a
desigualdade que tanto escravizam e marginalizam milhões de seres humanos hão
de ser superadas, pois a descoberta científica deverá estar a serviço de todos e não
de uma superelite privilegiada de pessoas. Nessa sociedade chamada de
conhecimento, devido à rapidez das comunicações, muitas coisas se tornam
obsoletas do dia para a noite. Todos os dias somos surpreendidos pelos diversos
meios de comunicação, com novidades jamais antes pensadas que envolvem a vida
no planeta Terra! Que nunca deveria mudar e sim permanecer! Que deveria alterar
em função de nossa saúde!
A bioética torna-se importantíssima, sem dúvida alguma neste contexto, onde as
principais questões iniciadas no século XXI e que a humanidade terá que enfrentar,
seja no âmbito de cuidados com a saúde (tratamentos, pesquisas, etc.), ou em
termos de opções em relação à constituição de nossa família (planejamento familiar)
ou até mesmo no âmbito profissional.
O oncologista norte-americano Van Rensselaer Potter, considerado “pai” da bioética,
foi quem cunhou o neologismo bioethics (bioética) e definiu-a como sendo a “ciência
da sobrevivência humana”.
Segundo Van Rensselaer Potter, apud Pessini (2006, p.20) “Esta nova
ciência, a bioética, combina o trabalho dos humanistas e cientistas, cujos objetivos
são sabedoria e conhecimento”. A sabedoria é definida como “a melhor maneira de
usar o conhecimento para o bem social”. A busca da sabedoria tem uma nova
orientação, pois a sobrevivência do ser humano está em jogo.
Ainda segundo o autor, os valores éticos devem ser testados em termos de
futuro e não podem ser divorciados de fatos biológicos. “Ações que diminuem as
chances de sobrevivência humana são imorais e devem ser julgadas em termos do
conhecimento disponível e no monitoramento de parâmetros de sobrevivência que
são acolhidos pelos cientistas”.
Este trabalho pretende discutir a pertinência de uma ética natural complexa
para o campo da saúde, em particular da Saúde Complementar (Microsimeótica
Irídea), participando de uma saúde Integrativa, escapando das principais disjunções
herdadas da tradição moderna, tais como sujeito/objeto, público/privado, valor em
si/valor por si.
Considera-se, portanto, as contribuições trazidas pela epistemologia da
complexidade que, ao conceber a constelação conceituai do vínculo e da
possibilidade - que se delineia entre 'primeira natureza' (bioecológica) e 'segunda
natureza' (sócio-cultural) nos humanos, permite o diálogo entre os dois princípios
fundamentais que norteiam os debates em bioética: o Princípio da Sacralidade da
Vida e o Princípio da Qualidade da Vida. A ética natural considera tais princípios
como sendo co-necessários para uma ética do nosso tempo, dividido entre o
inevitável politeísmo de valores e normas decorrente da secularização do mundo
tardomodemo - caracterizado pela tolerância e o pluralismo - e os necessários
fundamentos para este tipo de 'sociedade aberta', que não podem se reduzir ao
mero ceticismo epistemológico do vale tudo (anything goes) nem ao ceticismo moral
corrosivo da lei do mais forte e do seu corolário da ética do salve-se-quem-puder
(lifeboat ethics).